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Thiago Nunes - OUROS Stakepool

08/17/2022

·

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Refletindo sobre os fatos, sociedade, Trump e blockchain

Recentemente, Charles Hoskinson, cofundador da empresa de engenharia blockchain Input Output Global, Inc. e da plataforma blockchain Cardano, publicou dois vídeos em seu canal no YouTube nos quais avalia os efeitos do poder centralizado no governo federal dos EUA e os possíveis resultados das investigações sobre o ex-presidente Donald Trump.

Refletindo sobre os fatos, sociedade, Trump e blockchain


 

Recentemente, Charles Hoskinson, cofundador da empresa de engenharia blockchain Input Output Global, Inc. e da plataforma blockchain Cardano, publicou dois vídeos em seu canal no YouTube nos quais avalia os efeitos do poder centralizado no governo federal dos EUA e os possíveis resultados das investigações sobre o ex-presidente Donald Trump.

As reações às opiniões de Hoskinson atestaram justamente o que ele apontou nos vídeos: o nível de polarização e de intolerância em que está mergulhada a sociedade norte-americana (assim como várias outras ao redor do globo).

Charles Hoskinson também trouxe para o debate os poderes quase infinitos atribuídos à figura de um presidente e, mais ainda, à máquina burocrática do Estado, que chega a ser autônoma em relação ao chefe do poder Executivo.

Neste artigo, vamos resumir as ideias e reflexões de Hoskinson sobre o que podemos fazer para trazer de volta à população o poder de decisão sobre os caminhos da sociedade, desacelerar a polarização e moralizar a atuação do Estado.

As tentativas de prender Trump podem trazer resultados catastróficos

Afinal, punir um ex-presidente por crimes cometidos traz mais benefícios ou malefícios para uma sociedade? 

Charles Hoskinson não vê as investidas contra Trump com bons olhos. 

Segundo ele, na antiguidade, quando você pensa em reis e papas, essas figuras de poder basicamente tinham imunidade total e vitalícia. Mesmo depois de terem largado o poder, havia uma compreensão geral de que eles continuavam sendo cidadãos dignos, o que inibia os ímpetos de persegui-los ou puni-los. Mas isso mudou.

Segundo Hoskinson, muitos dos estados falidos e totalitários pelos quais passou em suas andanças apresentam um padrão recorrente: novos líderes perseguindo os antigos líderes. 

Para ele, é muito difícil legitimar, por qualquer motivo, a prisão ou acusação de um ex-chefe de Estado. O motivo: é impossível em uma sociedade livre que um ex-presidente tenha um julgamento justo, porque cada pessoa naquele país tem uma opinião, positiva ou negativa, sobre essa figura. Por isso, é impossível ser imparcial.

Hoskinson diz que os EUA elegeram no pleito anterior uma pessoa que não parece respeitar ou se importar com normas e comportamentos. Por outro lado, nenhum presidente dos EUA foi revistado de modo tão contundente, com as diversas investigações relacionando Trump ao ataque ao Capitólio, à tentativa de fraude da eleição de 2020, ao manuseio de documentos confidenciais e fraudes em seus negócios familiares, de acordo com a CNN.

Charles acredita que essa “perseguição” pode trazer resultados catastróficos para a sociedade norte-americana nos próximos anos:

▶️ É muito provável que o Partido Republicano retome a Câmara - talvez até o Senado - ainda em 2022, o que significa que, com um novo presidente, o Partido Republicano deverá iniciar uma inquisição, mirando todas as instituições hoje envolvidas na busca e apreensão de documentos de Trump.

▶️ O resultado final será a deslegitimação e danos a essas instituições, mesmo que estejam cumprindo seu trabalho.

“Digamos que você colete evidências de irregularidades. Isso significa que você vai prender o ex-presidente? Tentar colocar essa pessoa em julgamento? E se isso ocorrer, como garantir um julgamento justo, com um júri imparcial? Alguém tem uma opinião neutra e pode ser objetivo sobre uma pessoa tão polarizadora quanto Donald Trump?”, questiona Hoskinson. “Ninguém pode ser imparcial nos assuntos de um ex-presidente.”

Para Hoskinson, não há literalmente nenhum resultado das investigações sobre Trump que termine bem para qualquer pessoa nos EUA:

▶️ Se condenado, o ex-presidente será um prisioneiro político e se tornará mais poderoso do que é hoje.

▶️ E se os republicanos retomarem a presidência, ele será perdoado por todos esses crimes pelos quais seria condenado e retornará não apenas à vida pública, mas terá um poder político extraordinariamente alto, e talvez até reascenda à presidência.

▶️ Se não for condenado, a raiva pela “injustiça” de ele estar acima da lei criará revolta civil entre a população que o rejeita.

“Então, por que criar um cenário em que todas as pessoas envolvidas, desde o juiz que assinou o mandado aos agentes do FBI que revistaram o local, as pessoas que reuniram as provas, os informantes que forneceram o caso ao procurador-geral… todas essas pessoas estarão sob tanto escrutínio que, se os ventos políticos mudarem, suas carreiras efetivamente serão exterminadas pelo resto de suas vidas”, avalia Charles Hoskinson.

Na sua opinião, se esse precedente for permitido, isso significa que, daqui para frente, todos os presidentes dos EUA poderão ser investigados e presos por algum detalhe técnico. Isto serve para Joe Biden também. Em 40 anos de vida pública, certamente algum erro técnico ou de conduta pode ter sido cometido, e isso poderá ser explorado pelos republicanos a qualquer momento.

Entretanto, Hoskinson esclarece sua opinião sobre a figura de Trump:

“Eu não sou um apoiador de Trump. Eu o detesto completamente e sempre o odiei. Eu sinto que ele é um mentiroso patológico, acho que ele foi processado mais de 600 vezes. Ele negocia e engana com malícia e nunca exibiu habilidades de liderança que o qualificassem para ser o presidente. Ele herdou de um grande pai uma dinastia e foi capaz de alavancá-la como um animador de circo no poder. Não há como ele entrar para os anais da história de forma favorável”.

Hoskinson acredita que você só deveria movimentar esse tipo de investigação em circunstâncias extremamente específicas, que estão além da reprovação - por exemplo, se o político atirar em alguém no rosto ao vivo na televisão, for pego em uma conspiração criminosa, tentando iniciar uma guerra ou algo tão grave assim.

“Tenho todos os motivos para não gostar de Joe Biden e Donald Trump, ambos são artefatos de uma era da América que não respeito ou gosto e, em ambos os casos, estão latentes com provas de profunda corrupção e má conduta. Isso está além do debate, e se você não acredita, está sendo manipulado”, sentencia Hoskinson.

O perigoso jogo da polarização

O jogo da polarização vem sido jogado há algum tempo. Ele é super eficiente no processo de dividir as pessoas em duas equipes que foram ensinadas a se odiarem, na medida em que são incapazes de pensar em cenários caso a caso sem escaparem do looping das narrativas vigentes.

Segundo Hoskinson, há um teste muito simples para saber se você foi manipulado ou se está comprometido com uma filosofia: 

▶️ Se você tem uma reação negativa visceral e imediata a algo que ouve ou vê, ou a uma pessoa com ideias opostas à suas, e tem vontade de eliminar essa pessoa, você foi manipulado. Simples assim.

Paradoxalmente, quando você realmente pensa sobre isso, se dá conta de que não sabe muito sobre as ideias dessa pessoa ou do seu lugar de fala. Ou seja, a sua aversão foi construída por outros.

Devemos realmente dotar uma única pessoa com tanto poder?

O caso Trump é um excelente exemplo das consequências da hipercentralização, ao confiar a um indivíduo ou uma instituição o poder de violar arbitrariamente a lei dos EUA.

Por que devemos dotar um indivíduo com tanto poder que ele não pode mais ser um cidadão privado quando deixar o cargo? 

Segundo Hoskinson, a verdade sombria da presidência é que o presidente dos Estados Unidos faz coisas ilegais todos os dias como resultado de ocupar este cargo. Presidentes suspendem habeas corpus, assassinam pessoas, autorizam operações clandestinas de tortura que não são autorizadas pelo Congresso e negociam acordos que potencialmente não têm o direito de fazer.

E ainda há a capacidade de varrer essas ações para baixo do tapete por meio de manobras burocráticas, pelo fato de serem responsáveis pelas mesmas pessoas que deveriam investigá-los - tudo isso com a segurança de ter os partidos políticos para mantê-los no poder, mesmo quando suas condutas são repreensíveis.

Mesmo ao deixar o mandato, o poder residual e o conhecimento adquirido no cargo são tão grandes que você não pode tratá-los como um cidadão normal.

“O que você vai fazer? Colocar alguém que conhece todos os nossos segredos nucleares e capacidades militares, como nossas agências de inteligência funcionam, quase tudo sobre o que estamos planejando, a política externa, em uma cela de prisão? E criar perturbação perpétua ao ponto de isso se tornar uma responsabilidade da segurança nacional?”, questiona Hoskinson.

Segundo ele, até há pouco, a nação norte-americana estava seguindo em frente, se recuperando da administração de Trump, e agora ele está se tornando um candidato viável para 2024. Hoskinson acredita que, se reeleito, o propósito de Trump será punir as pessoas que não o apoiaram em 2020. 

Então, o que fazer para seguir em frente? Ficou bastante claro que as vozes dos cidadãos norte-americanos não têm peso. Não importa em quem você votou, o sistema é manipulado. 

Daí Hoskinson aventa algumas possibilidades:

▶️ E se a presidência fosse um comitê de sete pessoas em vez de um indivíduo?

▶️ Como você perceberia essa instituição? Como você faria sua crítica a essa instituição? O que mudaria materialmente?

▶️ Suponha que você odeie Trump. E se ele for apenas um dos sete naquela instituição? A instituição inteira está errada e corrompida? O fato de você não gostar de um dos membros justifica uma invalidação para todo o conselho?

Assim começamos a falar sobre descentralização.

Descentralização do poder e revisão da Constituição

Por que precisamos de um homem, uma pessoa ou um gabinete para ser tão poderoso? 

Esta deve ser uma conversa nacional: como descentralizar a tomada de decisões e o poder no topo.

“Estou firmemente convencido de que a única forma de os EUA passarem por uma mudança política é alterar a Constituição através de uma convenção constitucional. Nós precisamos mudar a forma como votamos, como o sistema de votos funciona e como o governo federal funciona”, explica Hoskinson.

Para isso, será preciso reconhecer e abordar pela primeira vez a constituição dos EUA como o quarto poder do governo, que é a burocracia. A constituição dos EUA não previu este monstro se criando e nem tem capacidade de regular efetivamente esse ramo, que agora é mais poderoso que os três poderes restantes combinados.

Há mais de 10 milhões de pessoas trabalhando para o leviatã que é a burocracia federal. Essas agências e agentes geralmente são imunes às consequências dos seus atos, sendo que muitas vezes tomam decisões que são mais significativas do que as do próprio presidente - e inclusive podem simplesmente ignorar os presidentes, se desejarem.

Por isso, Hoskinson afirma que a Constituição precisa ser revisada, de modo a descentralizar o poder e a burocracia e criar camadas de responsabilização para as pessoas eleitas.

O que pode acontecer, caso não façamos nada

Hoskinson acredita que chegará um ponto de ruptura em que, se não mudarmos, uma guerra civil acontecerá. Não há desescalada natural para a polarização, ao mesmo tempo em que há um negócio lucrativo em deixar as pessoas com raiva e divididas. 

Todos os dias, a mídia social e a mídia tradicional têm investido para aumentar a radicalização, destruindo o debate e fazendo com que pessoas se odeiem sem nunca terem se conhecido ou sem saberem quase nada sobre elas. E isso vai continuar porque é lucrativo. Vai continuar porque permite que as poucas pessoas ganhem e preservem o poder político. Portanto, não há incentivo para parar.

O desejo de mudar as coisas é real entre a população, e ele tanto pode ser canalizado para coisas produtivas quanto nocivas. Basta mais uma ou duas calamidades econômicas - ou pandemias - para que se atinja um ponto de fervura de onde não haverá retorno. 

Mas Hoskinson relembra que foi um grupo pequeno de pessoas que começou a revolução americana. O poder pode ser perdido tão rapidamente quanto foi ganho. Se as instituições estão tão comprometidas em manter a polarização e a radicalização, são os cidadãos que terão que descobrir como resolver isso por conta própria.

“Uma convenção da Constituição parece ser a única forma de fazermos isso. Precisamos mudar fundamentalmente nossa relação com o governo federal a ponto de finalmente controlá-lo”, reafirma Hoskinson.

A crença na descentralização

“É por isso que acredito na descentralização. Cada um de nós tem lados bons e ruins. Em algum momento, iremos mentir ou cometer erros. Podemos tentar ter humildade para admitir isso, mas, às vezes, são os sistemas que devem nos manter responsabilizados e honestos. Se esses sistemas tiverem incentivos maliciosos, eles acabarão fazendo o oposto: eles tornarão desonestas pessoas honestas e removerão suas integridades para que sobrevivam em meio a um sistema desonesto”. 

Charles acredita que o propósito da indústria da descentralização é proteger nós mesmos de julgamentos e atitudes equivocadas. Mas admite que pagamos um preço por isso. 

A descentralização, além de ser cara, não é a configuração de governança mais eficiente e, às vezes, pode ser bastante lenta na tomada de decisões. Por outro lado, ela preserva os princípios e valores em torno dos quais um sistema foi construído - sem que ninguém consiga mudar as regras do jogo em prol do benefício próprio. Afinal, o que está gravado na blockchain não desaparece nem pode ser deformado.

Enfim, resumindo a exposição de ideias de Charles Hoskinson, separamos uma frase com cara de receita para a sobrevivência da sociedade: 

“É por isso que estou no espaço das criptomoedas. É por isso que sou um empreendedor de blockchain: porque me recuso a acreditar que não tenho capacidade de influenciar o resultado. Eu gostaria de acreditar que, com sua ajuda, podemos fazer algo sobre isso e acabar com essa loucura. Podemos construir melhores sistemas de governança. Podemos desintermediar autoridades centralizadas e agentes de poder e substituí-los por coisas mais sensatas e refinadas”.

Recado bem dado. 🎯

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Você pode assistir os vídeos na íntegra aqui e aqui.

Equipe CORA - Cardano Onboard Route Alliance 

 

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