O que você precisa saber antes de escolher um criptoativo

Quem tem mais que um ativo tem uma carteira que pode performar melhor, com menos risco. Assim o gestor de portfólio e sócio da BLP Asset, Alexandre Vasarhelyi, iniciou o debate promovido pelo Infomoney, cujo tema foi a segurança nos investimentos, especialmente para pessoas com menor experiência no mercado crypto.

Para o diretor de Produtos e Parcerias da Transfero, Safiri Felix, ao montar um portfólio de criptoativos, o cuidado precisa ser redobrado. “Vemos vários ativos que têm valorização explosiva, mas, quando olhamos para os detalhes, acabamos percebendo que a valorização acontece porque têm pouca liquidez e qualquer fluxo mais relevante acaba fazendo com que o preço estique muito. Então, o que faz mais sentido é formar o portfólio de crypto tijolinho por tijolinho, separando o que é investimento de longo prazo de posições táticas”, observou.

Ethereum cresceu ao longo de 2021 com aplicações de DeFi

Ao longo do debate, os participantes falaram também sobre o Ethereum e outras altcoins, como Solana e Cardano. Na avaliação de Felix, o ETH evoluiu muito neste ano, se tornando uma moeda deflacionária e com perspectiva de migração do modelo de validação. “O DeFi, o hype das NFTs e outras coisas que estão acontecendo na rede estão impulsionando o Ethereum”, comentou.

“O bitcoin tem a proposta de ser uma moeda, mas o Ethereum é completamente diferente”, completou Vasarhelyi, mencionando que a proposta do ETH é ser um ‘computador descentralizado’, no qual os usuários constroem e rodam seus programas. “As próprias NFTs são um produto armazenado nesse banco de dados descentralizado. Subiu muito porque explodiu o uso. Estamos só no começo de uma longa caminhada”, afirmou.

Sobre smart contracts, moedas de games que começaram a disparar e outros ativos que surgiram, Felix alerta que existem três cuidados principais antes de investir: analisar o que o ativo se propõe a fazer, avaliar os diferenciais da tecnologia em si e, por fim, o quão é engajada a comunidade envolvida com aquele criptoativo. “São essas pessoas que vão tanto incentivar o desenvolvimento do protocolo quanto também divulgá-lo para os novos usuários”, afirmou, frisando que o papel dessa comunidade é essencial para dar sustentação ao projeto.

Solana, Cardano, Polkadot: em qual investir?

Felix e Vasarhely concordam que outros projetos, como Solana e Cardano, têm suas particularidades, como o fato de Solana funcionar muito bem para o desenvolvimento de jogos e a velocidade como o seu ecossistema foi construído.

Mas existem projetos em segunda camada do Ethereum. “É muito difícil apontar qual deles vai deslanchar”, pontuou Vasarhely. Já o Cardano, conforme Felix, “promete muito, mas entrega pouco”. Outro projeto citado pelo diretor da Transfero foi Polkadot, que se diferencia de outros por ser uma implementação com proposta diferenciada.

As aplicações do metaverso também foram alvo do debate, e Vasarhely afirmou que a comunidade de games é mais unida, o que deve impulsionar tais tokens.

Com mais de 14 mil criptoativos no mercado, Felix considera que a melhor estratégia para decidir onde alocar o dinheiro, para além do BTC ou ETH, é buscar informação. “Um investidor não vai colocar o seu capital por causa de uma postagem no Twitter, mas sim com a leitura de relatórios e análises”, concordou Vasarhely. Segundo ele, esse deve ser o mesmo posicionamento no mercado crypto.

Felix reforça que “humildade intelectual” é essencial nesse mercado. “É importante fazer esse exercício: será que um investidor com pouca experiência no mercado crypto, sozinho, assistindo vídeos no YouTube, vai ter um insight melhor que as equipes de análise da Transfero, da BLP e de tantas outras assets especializadas? Não me parece o mais provável. Pode ser que aconteça? Claro, mas aí você vai ter ganho dinheiro por que você deu sorte ou por que, de fato, acertou o trade?”, questionou, frisando a importância de ter o máximo de informações possíveis antes de fazer qualquer escolha.

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