Cardano alerta sobre riscos e desempenho na adoção da cripto pós-quantum

O debate sobre segurança blockchain voltou a ganhar destaque após novas declarações de Charles Hoskinson, fundador da Cardano. Segundo ele, ferramentas de cripto pós-quantum já estão disponíveis, mas sua implementação precoce pode reduzir o desempenho das redes de forma significativa. Além disso, Hoskinson afirmou que o problema não é a falta de tecnologia, mas sim a escolha do momento ideal para integrá-la sem quebrar a eficiência atual.

O executivo explicou que os padrões de cripto resistentes a ataques quânticos foram formalizados pelo National Institute of Standards and Technology em 2024. Assim, não há dúvidas quanto à maturidade técnica dessas soluções. No entanto, sua adoção imediata aumentaria o peso computacional das operações, com provas mais longas e validações mais lentas. Portanto, redes que migrassem agora sofreriam perda de velocidade e capacidade transacional.

Impacto técnico da cripto pós-quantum nas blockchains

Hoskinson destacou que, nos modelos atuais, esquemas pós-quantum ampliam o tamanho das operações criptográficas, deixando a validação mais lenta. Além disso, essa mudança poderia reduzir a escalabilidade das redes por um fator expressivo. Por isso, ele ressaltou que validadores, mineradores e demais participantes precisam estar preparados antes de qualquer transição.

Embora a ameaça quântica seja real no longo prazo, ainda não existe consenso sobre quando computadores quânticos poderão quebrar sistemas baseados em curva elíptica usados por Bitcoin, Ethereum, Solana e também pela Cardano. Assim, redes precisam equilibrar riscos futuros e necessidades presentes, evitando adotar tecnologias que comprometam a performance enquanto o perigo ainda não é imediato.

Hoskinson afirmou que a avaliação do risco quântico deve ser contínua, baseada em métricas externas e independentes.

Incerteza sobre o avanço dos computadores quânticos

O fundador da Cardano comentou que previsões sobre a evolução quântica variam bastante, indo de poucos anos até mais de uma década. Além disso, ele defendeu que análises confiáveis devem se apoiar em dados técnicos sólidos, e não apenas em anúncios de grandes empresas.

Como referência independente, Hoskinson citou a iniciativa Quantum Benchmarking, desenvolvida pela Defense Advanced Research Projects Agency. Essa estrutura compara diferentes abordagens quânticas e identifica se alguma delas já representa um risco concreto para sistemas criptográficos atuais.

Segundo ele, apenas esse tipo de metodologia pode indicar com precisão o momento em que a transição para cripto pós-quantum deixará de ser opcional e se tornará obrigatória.

Diferentes caminhos técnicos para o futuro pós-quantum

A discussão sobre cripto pós-quantum também envolve escolhas arquiteturais específicas. Hoskinson afirmou que o setor domina as técnicas necessárias para lidar com ameaças quânticas. No entanto, as blockchains ainda se dividem entre dois caminhos principais. Além disso, essas escolhas determinam como cada rede lidará com desempenho, escalabilidade e segurança.

Uma parte do setor investiga sistemas baseados em hash, estratégia observada em debates do Ethereum. Já a Cardano aposta em estruturas baseadas em criptografia lattice, vistas como robustas para ambientes que exigem alta segurança. Assim, cada rede segue sua própria direção técnica, ainda que todas busquem o mesmo objetivo: garantir resiliência sem comprometer o desempenho.

No curto prazo, Hoskinson reforçou que a Cardano e outras blockchains seguem avaliando a evolução quântica com cautela. Portanto, a prioridade é preservar eficiência enquanto estratégias são refinadas para um futuro onde a cripto pós-quantum se tornará indispensável. Segundo ele, embora os padrões já existam, ainda falta suporte de hardware para que essa tecnologia funcione sem perdas significativas.